Hoje

Depois de quase asfixiar com tanta coisa que eu precisava te dizer, hoje eu não preciso falar mais nada. E depois de te falar tantas coisas, eu percebi que eu não tinha nada a esclarecer com você – e sim comigo. Era a mim que eu precisava perdoar. Era a mim que eu devia satisfações. E o mais importante: era a mim que eu precisava amar.

Todo esforço foi inútil porque esse era o problema: o esforço. Se eu tinha que gritar o meu amor é porque você não merecia ouvir. É porque você não era capaz disso - e continua não sendo, mas hoje eu não asfixio, eu não me esforço, eu não grito. Hoje eu sentei comigo e me esclareci uma porção de coisas. Eu me perdoei por todas as vezes que me deixei esperando, que eu não atendi aos meus chamados, pelas vezes que eu não me amei.

Hoje eu prefiro o meu abraço ao teu silêncio, e o meu silêncio ao teu descaso. Eu lavei a roupa suja com a minha consciência e te deixei ir porque entendi que não é possível prender quem não quer ficar. Você nunca quis ficar, mas nunca me deixou ir. Hoje eu fiz um favor pra nós dois e libertei ambos. Eu não me sinto mais na obrigação de alimentar teu ego. Eu não sinto mais fome das tuas migalhas. Eu não sinto mais nada quando o assunto é você.

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